Não há no mundo duas pessoas que tenham exatamente a mesma reação, interpretação e interação do que percebem. Nossos sentimentos refletem a maneira como nós percebemos o mundo e surgem através das nossas experiências emocionais, se desenvolvendo ao longo da nossa história.
A questão é que quando exigimos que os outros vejam as coisas como nós a vemos, sem que haja uma base comum de entendimento do que está sendo observado, abrem-se as portas para o conflito interpessoal, emergindo como elemento que influencia o cotidiano das relações de trabalho. A inabilidade no trato das diferenças de percepção geram mal-entendidos que contribuem para reforçar um comportamento disfuncional mantido por boatos, fofocas, rumores e incidentes baseados parcialmente em fatos e muito em falsas impressões. Como resultado, os membros de uma determinada equipe experimentam frustração, irritação, raiva e insatisfação, ocasionando comportamentos não desejados no trabalho.
Na psicologia, o estudo da percepção é de extrema importância porque o comportamento das pessoas é baseado na interpretação que fazem da realidade e não na realidade em si. Por este motivo, a percepção do mundo é diferente para cada um de nós, cada pessoa percebe um objeto ou uma situação de acordo com os aspectos que têm especial importância para si própria.
Há pessoas que agem em função de como percebem a realidade e não em função de como realmente a realidade é. Além das características individuais, há outras duas dimensões que podem diferenciar o modo como cada um percebe, ou seja, podem referir-se àquilo que está sendo observado e, ainda à situação em que a percepção se dá.
Sob o aspecto individual, a percepção se forma levando em conta as crenças, valores, características de personalidade, motivações e experiências anteriores, dentre outros, servindo de base para o histórico de vida da pessoa.
Trazendo esses conceitos para o mundo das organizações, a questão a ser refletida é: como esse tema impacta os profissionais das diversas gerações (baby-boomer, X e Y) que trabalham em conjunto nas empresas e como influenciam os resultados obtidos, tendo em vista não apenas o valor que cada geração dá ao significado do trabalho como também suas respectivas percepções sobre as diversas esferas da vida?