terça-feira, 23 de junho de 2020

Caráter doentio = manifestação desequilibrada de poder

Numa época na qual temos observado os detentores de poder estarem usando-o como senhores feudais ou pertencentes à época medieval, cabe uma explanação sobre o poder e suas fontes.

No sentido de construir um quadro conceitual que permita analisar as fontes gerais de poder, manifestadas entre poder pessoal e poder contextual, levamos em conta duas dimensões básica do ser humano: o individual e o social.

O poder pessoal origina-se do próprio indivíduo e refere-se às suas características de personalidade, experiências, vivências, conhecimentos, motivações interiores, criatividade, capacidade de enfrentar desafios, maturidade emocional, competência técnica, nível de assertividade, intuição e competência interpessoal. Este tipo de poder manifesta-se por meio de:

- conhecimento (competência técnica ou profissional);
- conexão (capacidade de engajar outros levando-os a se sentirem suficientemente seguros para aceitar desafios e correr riscos);
- competência interpessoal (capacidade de estabelecer uma rede de relacionamentos informais baseadas no respeito, consideração e reconhecimento do outro, independente da sua posição na empresa).

Já o poder contextual tem suas bases na empresa, estando ligado à função dentro da estrutura hierárquica. Esse poder pode ser distribuído e atribuído às pessoas, como também retirado e concentrado nas mãos de uma minoria, em nome de interesses coletivos, idéias, valores, crenças, objetivos, etc. Neste caso, o poder é conferido levando-se em conta a posição ocupada na organização. Este tipo de poder manifesta-se através de:

- coerção e/ou pressão (utilização de posições rígidas, firmes ou duras (às vezes autoritárias) para que as atividades sejam realizadas e os objetivos alcançados);
- posição (utilização do poder que determinado cargo confere);
- recompensa (diz respeito aos mecanismos de reconhecimento e feedback, sejam eles materiais ou emocionais).

Embora tanto o poder contextual quanto o poder pessoal sejam necessários para a sobrevivência das pessoas nas organizações, é preciso alcançar equilíbrio e adequação na interação dessas duas fontes de poder, ou seja, criar condições para que o potencial humano seja aproveitado dentro de um mínimo de estabilidade necessários para a sobrevivência física e emocional dos indivíduos e o sucesso da organização.

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