A todo momento ouvimos falar em feedback, porém será que sabemos realmente seu significado e valor? Você acredita que feedback é apenas um método de julgamento do desempenho das pessoas?
Já presenciei vários gestores dizendo a seus subordinados, "fulano, preciso lhe dar um feedback". Será que tudo que dizemos realmente cabe nessa palavra de origem estrangeira ou será que é porque a palavra soa bonita e nos faz parecer mais importantes?
Será que temos discernimento em diferenciar o que é do que não é feedback? Ainda mais nós, brasileiros, acostumados a atuar numa cultura que cultua os relacionamentos mais do que a eficiência?
Você já teve, alguma vez, que fornecer feedback mais duro em relação ao desempenho de um subordinado? Como foi o depois, digo, como ficou o relacionamento entre vocês? Manteve-se o mesmo ou esse colaborador se tornou mais distante? Apesar de você ter fornecido um feedback técnico sobre a performance desse empregado, como foi que ele reagiu durante sua fala e como foi o comportamento dele nos dias que se sucederam?
Pergunto isso pois numa cultura latina como a nossa, é muito fácil misturar o pessoal com o profissional. E isso afeta a autoestima pois mexe com o ego de qualquer um. A tendência é de que nosso ego se sinta ofendido por qualquer avaliação, julgada por nós próprios, mais rigorosa ou injusta, tornando-nos defensivos e prontos para justificativas.
O problema é que se de um lado há gestores que não sabem fornecer feedback e de outro há profissionais que não sabem recebê-lo, as relações no ambiente de trabalho tendem a piorar, imperando uma cultura de desconfiança e burocratizada, onde para tudo precisa haver comprovação da comprovação. Isso é muito ruim pois, nesse estado entorpecimento egoísta de ambas as partes, esquecemos que sem feedback não há mudança de comportamento nem aperfeiçoamento do desempenho.
Um bom feedback deve apresentar duas características: conteúdo e apresentação. Quando falo em conteúdo, quero dizer que o feedback deve ser derivado de uma percepção sólida e não de impressões casuais ou julgamentos precipitados. No aspecto da apresentação, ser assertivo faz toda a diferença. Quero dizer com assertividade, ir objetivamente ao ponto, sem rodeios infantis como se estivéssemos com receio de dizer aquilo que precisa ser dito. Entretanto, ir direto ao ponto não significa ser desrespeitoso nem deselegante e muito menos ofensivo.
A partir do momento que os profissionais tiverem mais consciência de quão poderosa essa ferramenta é, muito do que ocorre hoje dentro do ambiente de trabalho (intrigas, disputas, facções, feudos,"panelinhas", etc.) tem grande chance de serem reduzidas, fazendo com que grande parte da energia das pessoas sejam voltadas à produtividade e qualidade.
sexta-feira, 31 de julho de 2015
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