sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Por que é tão difícil transformar chefes em líderes? - parte I


Inúmeros livros sobre o tema liderança já foram escritos e mesmo assim, na maior parte das organizações, os gestores continuam dando foco a resultados, desconsiderando que são os seus liderados que mantém esses resultados no longo prazo e com excelência. 

A ênfase, muitas vezes exagerada, em comportamentos que miram resultados, inseridos facilmente em nossa realidade, pode ser explicada pela presença consistente de determinadas condutas (tipos psicológicos) entre os profissionais com cargos de chefia. 

De fato, o que demonstra essas condutas são o conjunto de inclinações inatas denominadas de temperamentos, uma vez que as pessoas não percebem eventos da mesma forma nem fazem escolhas impulsionadas por idênticos interesses ou valores. 

Por sua vez, o temperamento é uma configuração de traços de personalidade observáveis como: hábitos de comunicação, padrões de ação e conjunto de atitudes, valores e talentos característicos. Cada temperamento possui suas próprias qualidades e defeitos, pontos fortes e desafios. 

O que ocorre habitualmente na vida organizacional e fora dela é: a pessoa "X" possui temperamento "forte" enquanto a pessoa "Y" possui temperamento mais "cordial". 

David Kiersey, psicólogo norte-americano, identificou em seus estudos, quatro temperamentos universais chamando-os de: artesão, guardião, idealista e racional. 

Características sucintas de cada um são:

artesão: ação artística, audácia, adaptabilidade.

guardião: confiabilidade, serviço, respeitabilidade.

idealista: empatia, benevolência, autenticidade.

racional: engenhosidade, autonomia, força de vontade. 

Apresentaremos mais características acerca dos temperamentos na próxima publicação. 

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Qual a relação da liderança com o movimento da grande renúncia?


Estamos atravessando um questionamento coletivo acerca do sentido e significado da vida e a nossa relação com o trabalho; 88% das empresas estão enfrentando turnover superior ao que enfrentavam antes da pandemia. 

Anthony Klotz, psicólogo organizacional da Texas A&M University, cunhou o termo "grande renúncia" que consiste em um movimento voluntário de demissão com início nos EUA em abril de 2021 e com reflexos também no Brasil, segundo dados do CAGED. O termo renúncia refere-se à desistência dos contratos e relações atuais com o trabalho. 

Dados do Gallup mostram que 63% das pessoas tem deixado as empresas por motivos não-financeiros: (1) relacionamento com a liderança, (2) falta de autonomia, (3) cultura organizacional, (4) bem-estar e equilíbrio entre vida e trabalho e (5) possibilidade de trabalhar remotamente. 

No final das contas, o aumento dos pedidos de demissão é uma mensagem clara para as empresas: é preciso mudar o modelo de gestão. 

Para Edgar Schein, autoridade em Psicologia e Desenvolvimento Organizacional pela Universidade de Oxford, quando a liderança muda suas crenças e valores, seus comportamentos mudam. Isso influencia a cultura do grupo, o que por sua vez muda os comportamentos do grupo.

segunda-feira, 11 de julho de 2022

Qual é a melhor versão do ser humano?


Um homem honesto que trabalha arduamente. Uma mulher íntegra que toma boas decisões morais. Uma pessoa de negócios com má reputação.

No mundo atual, cada uma dessas pessoas seria, provavelmente, descrita como tendo bom ou mau caráter. Tais concepções representam visões tradicionais e limitadas acerca do caráter, popularizadas durante décadas. Elas refletem as percepções de tudo ou nada do caráter. A rotulação do caráter como bom/mau, alto/baixo, positivo/negativo está arraigada em praticamente todas as culturas e é rapidamente testemunhada, absorvida e mostrada nas visões da sociedade sobre presidentes, líderes, estrelas de cinema e atletas profissionais. 

Na realidade, o caráter é bem mais complexo do que isso. O caráter de uma pessoa é multidimensional. A dimensionalidade significa que o caráter é percebido em graus; em outras palavras, quanto da força de caráter da imparcialidade você tem demonstrado?

O grau de expressão das forças de caráter está baseado no contexto em que se está inserido. O contexto é crucial para compreender e, por fim, utilizar as forças de caráter com sabedoria prática. As pessoas provavelmente expressarão suas forças de caráter de diferentes modos e em maior ou menor extensão com base nas circunstâncias em que se encontram. 

As forças de caráter não operam de forma isolada dos ambientes, em vez disso são moldadas pelo contexto em que nos encontramos. O grau da força de caráter que o indivíduo com a família pode diferir dependendo do contexto - quem está com ela, onde está, o que está fazendo, quais são as expectativas ou demandas da situação, experiências passadas da situação, cultura familiar, e assim por diante. 

Considere a expressão da(s) força(s) de caráter em resposta a cada pergunta, quando o contexto é detalhado e as nuances, bem como a complexidade, aumentam:

- Quanto da força de caráter você expressa?

- Quanta curiosidade você expressa?

- Quanta curiosidade você expressa no trabalho?

- Quanta curiosidade você expressa no trabalho quando está com seu chefe?

- Quanta curiosidade você expressa no trabalho quando está com seu chefe falando sobre assuntos pessoais?

- Quanta curiosidade você expressa no trabalho quando está com seu chefe falando sobre assuntos pessoais e ele está de bom humor?

- Quanta curiosidade você expressa no trabalho quando está com seu chefe falando sobre assuntos pessoais e ele está de bom humor, mas você está atrasado para um evento especial?

Seguidores